BEIJOS

BEIJOS

Há mais pra se dizer sobre o beijo que uma bela poesia seja capaz de traduzir.

O beijo é o grito desesperado da alma em sua terna luxúria afoita por se comunicar com o mundo. Mesmo no mais simples beijo existe toda uma cadencia, uma química, um fluxo de informações que faz com que todo o resto do corpo se entregue numa insensatez voraz pelo prazer, uma sofridão de lábios voluptuosos em busca do mesmo espaço, línguas ávidas pelo sabor desconhecido a mercê de seu contato, juntas coordenam uma sinfonia corpórea onde mãos tateiam desesperadamente à procura de novas sensações, pernas que se enrijecem e bambeiam, corpos que se aquecem no calor do contato.

O beijo é o prenuncio do que esta por vir e é a comemoração do que se conquistou.

O beijo sela amores eternos e casamentos consumados, mas também é capaz de marcar traições milenares.

É no beijo que a alma reconhece seu porto de chegada materno, é no beijo que a alma reconhece seu par predestinado e é no beijo que a alma se despede da vida.

Dizem que o primeiro beijo é inesquecível, talvez seja porque é quando você se liberta do mundo para o mundo, embora nos tempos modernos o ato de beijar tenha se tornado entre os jovens uma banalidade, o beijo nunca deixara de estar presente nos momentos mais marcantes de nossas almas, pois, o beijo é a linguagem que a alma nunca esquece.

POESIA: TEUS LÁBIOS EU BEIJEI

Entre lençol e cabelo, ancorado ao travesseiro, os teus lábios eu beijei.

Busquei no toque dos dedos, tua pele nua em desejos, e em teu calor me queimei.

Fagulhas doces de amor, no gotejar de suor, de ti suspiros roubei.

Mas foi entre lençol e cabelo, ancorado ao travesseiro, que de tristeza acordei.

TEXTO E POESIA: ROBSON LUIS FERREIRA

IMAGENS: GOOGLE IMAGENS